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sábado, 29 de outubro de 2011

profarma aposta no segmento de hospitais para ganhar rentabilidade.



A compra da Prodiet Farmacêutica, anunciada na segunda-feira, foi tão ou mais celebrada pela direção da distribuidora de medicamentos Profarma do que seu cinquentenário e os cinco anos de listagem na bolsa, que lhe renderam ontem um evento de comemoração na BM&FBovespa.

A aquisição reforça a atuação ainda incipiente da empresa no segmento hospitalar e se enquadra na estratégia de diversificação das operações para enfrentar um de seus maiores desafios: aumentar a margem de lucro, comprimida pela consolidação do varejo farmacêutico.

Capitalizadas e com maior escala, as redes de farmácias têm conseguido preços menores e, em alguns casos, negociam diretamente com os fabricantes, dispensando a figura do distribuidor.

Essa tendência, que deve se intensificar nos próximos anos, pressiona ainda mais as margens já apertadas do segmento de distribuição e acende uma luz vermelha para a Profarma, cujas vendas de medicamentos ao varejo correspondem a pouco mais de 90% da receita, que, no ano passado, somou R$ 2,6 bilhões. A empresa fechou 2010 com margem operacional de 3,0%, enquanto a margem de lucro foi de apenas 1,3%.

Os resultados do último trimestre, divulgados na terça-feira, não foram mais animadores. Apesar da alta de 80,3% no lucro líquido em relação ao terceiro trimestre de 2010, para R$ 8,5 milhões, a margem operacional recuou 0,4 ponto percentual, para 2,7%.

Nesse cenário, a aquisição da paranaense Prodiet - cuja receita totalizou R$ 200 milhões no ano passado - ganhou as honras de um grande anúncio. A distribuidora de produtos para hospitais com cinco centros de distribuição - em São Paulo, Porto Alegre, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal - encerrou 2010 com uma margem operacional de 4,6%, o que deve contribuir para a rentabilidade da Profarma.

De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Max Fischer, a operação nos segmentos de varejo de medicamentos deve garantir um crescimento da receita em linha com o desempenho do mercado nos próximos anos, enquanto expansão adicional deve vir de novas aquisições.

"Desde a abertura de capital [em 2006], nos concentramos no crescimento orgânico, com ampliação de nossa cobertura nacional. Essa etapa está equacionada, e o foco agora é nos novos negócios, com complementaridade de atuação e incrementos de margem."

Para Iago Whately, da Fator Corretora, a aquisição da Prodiet foi positiva, pois dá algum fôlego ao desempenho - até então estacionado - da companhia. Quanto a novas aquisições, o analista é reticente: "A empresa sempre teve esse discurso. É preciso acompanhar para ver como vai se dar essa estratégia".

Para financiar o plano de expansão, a Profarma aumentará seu nível de endividamento, afirma Fischer. "Nossa situação de dívida é confortável e podemos contratar financiamentos de longo prazo". A relação dívida líquida/Ebitda foi de 1,7 no terceiro trimestre. "Podemos chegar a até 2,5 sem grandes problemas", ressalta o executivo.

A Profarma vai desembolsar R$ 26 milhões pela aquisição de 60% da Prodiet, sendo R$ 8 milhões em aumento do capital da adquirida e R$ 18 milhões para os proprietários. O contrato prevê a aquisição dos 40% restantes, em prazo a ser definido.

Fonte: VALOR ECONÔMICO – SP

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