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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Excesso de diagnóstico e prescrição de medicamentos para TDAH


O distúrbio é o segundo mais frequente entre crianças

Depois de 50 anos liderando a luta para legitimar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Keith Conners, um dos maiores especialistas no tema, poderia estar comemorando que crianças - antes rotuladas de dispersivas e problemáticas - hoje estão recebendo tratamento. Mas, segundo reportagem publicada no "New York Times", num congresso em Washington, Conners apresentou dados que considerou desastrosos: 15% das crianças americanas têm TDAH e as que estão sob medicação somam 3,5 milhões, contra 600 mil em 1990.
O professor da Universidade de Duke é mais um pesquisador que passou a questionar se não há um excesso de diagnóstico e prescrição de medicamentos para o transtorno, num debate que, por enquanto, está longe de ter consenso.
- É um desastre nacional de perigosas proporções - afirmou o cientista ao "New York Times". - Os números (do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, CDC) poderiam indicar uma epidemia. Mas não é. É um absurdo. Esta é uma invenção para justificar a prescrição de medicamentos em níveis injustificáveis e sem precedentes.
O distúrbio é o segundo mais frequente entre crianças, perdendo apenas para asma, de acordo com o CDC. E a venda de estimulantes no país em 2012 se aproximou dos US$ 9 bilhões, mais de cinco vezes o montante de uma década atrás (US$ 1,7 bilhão).
Pouco antes de morrer este ano, Leon Eisenberg, um dos papas da psiquiatria infantil, engrossou este coro ao afirmar que o TDAH era uma doença fabricada, ressaltando que, em vez de prescrever pílulas, psiquiatras deveriam avaliar as razões psicossociais que poderiam levar a problemas de comportamento das crianças. Isto é o que também defende a professora Pediatria da Unicamp, Maria Aparecida Moysés.

Fonte: O Globo / Foto: ShutterStock

 
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