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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Inca orienta iniciar tratamento contra câncer de mama em até 3 meses

Uma lista de recomendações do Instituto Nacional de Câncer vai ser encaminhada a 300 unidades de saúde de todo o Bras


O Instituto Nacional de Câncer divulgou nesta segunda-feira (31) o prazo máximo indicado para o início do tratamento contra tumores na mama. Uma lista de recomendações do Inca vai ser encaminhada a 300 unidades de saúde de todo o Brasil.
A costureira Maria do Carmo Fonseca recebeu o diagnóstico de câncer na mama esquerda em setembro de 2009. Começava um período de longa espera. Por falta de vagas, demorou seis meses para fazer a cirurgia, e ainda não conseguiu terminar as 25 sessões de radioterapia.
“Eles só falam que está quebrado, que deu defeito e que não dá para continuar o tratamento. Isso já acontece umas oito vezes durante meu tratamento”, conta dona Maria do Carmo.
Os especialistas apontam a demora no diagnóstico e a longa espera para começar o tratamento como fatores que mantêm o câncer de mama como a segunda doença que mais mata mulheres no Brasil, só perdendo para problemas do coração. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para mudar esse quadro é preciso evitar situações como a de dona Maria do Carmo. As novas diretrizes anunciadas nesta segunda-feira (31) pelo Inca podem ajudar.
Entre as principais recomendações do Inca estão:
- Começar o tratamento no máximo três meses depois do diagnóstico;
- A quimioterapia em até 60 dias e a radioterapia em até 120 dias;
- A paciente deverá ter atendimento psicológico;
- Os hospitais têm que fazer o registro sistemático dos casos de câncer.
“Não têm caráter de lei. Monitorando esses tempos por meio desses registros, a gente consegue identificar quais as unidades que não estão cumprindo o tempo adequado”, explica o técnico da rede oncológica do Inca, Ronaldo Correia.
Para a Sociedade Brasileira de Mastologia, é importante que as unidades de saúde sigam as recomendações do Inca.
“Temos que lembrar que o câncer de mama é uma doença evolutiva e que ela precisa ser interrompida na medida em que for feito o diagnóstico. O tempo é contrário ao índice de cura”, alerta José Luiz Pedrini, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

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