NEJM: ácido zoledrônico pode não trazer benefícios no tratamento adjuvante do câncer de mama
Dados sugerem que o uso adjuvante de bisfosfonatos reduz as taxas de recorrência e morte em pacientes com câncer de mama em estágio inicial. Foi realizado um estudo para determinar se o tratamento com o ácido zoledrônico, uma nova classe de bisfosfonatos, além da terapia adjuvante padrão, melhoraria os resultados do tratamento da doença nessas pacientes.
No estudo clínico randomizado, na fase 3, publicado pelo periódico New England Journal of Medicine, 3.360 pacientes aleatoriamente receberam a terapia adjuvante sistêmica padronizada com ou sem ácido zoledrônico. O ácido zoledrônico foi administrado a cada 3 a 4 semanas em 6 doses e depois a cada 3 a 6 meses para completar 5 anos de tratamento. O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de doença. A segunda análise revelou que um limite pré-especificado tinha sido ultrapassado com ausência de benefícios.
Em um acompanhamento médio de 59 meses, não houve diferença significativa entre os grupos em relação ao desfecho primário, com uma taxa de sobrevida livre de doença de 77% em cada grupo. A recorrência da doença ou a morte ocorreu em 377 pacientes no grupo do ácido zoledrônico e 375 no grupo controle. Os números de mortes - 243 no grupo ácido zoledrônico e 276 no grupo controle - também foram similares, resultando em taxas de sobrevida global de 85,4% no grupo do ácido zoledrônico e 83,1% no grupo controle. No grupo do ácido zoledrônico havia 17 casos confirmados de osteonecrose da mandíbula e 9 casos suspeitos; não houve casos no grupo controle. Taxas de outros efeitos adversos foram similares nos dois grupos de estudo.
Estes achados não indicam o uso rotineiro de ácido zoledrônico no tratamento adjuvante do câncer de mama.